sábado, 30 de junho de 2007

Teletransporte

Sim, ele afinal existe. Não nos transporta fisicamente pela galáxia, mas leva-nos até muito, muito longe.

Que bom que é ter a capacidade de ser transportada pela música, escapar da realidade.


Estes senhores de certeza que se inspiraram no Star Trek e eu não consigo não esboçar um sorriso sempre que carrego no play. Acho que fico à espera de me dissolver no ar.

sábado, 23 de junho de 2007

A Galinhola . depois dos cachecóis

Há uns tempos pelas minhas intermináveis buscas pela net, encontrei uma revista de tricot inglesa pela qual me apaixonei de imediato. Convêm recuar uns meses para contar que isto do tricot é uma paixão muito recente e que suspeito que esteja para ficar.

Tudo começou quando quis aprender crochet, actividade que consigo fazer (mal) muito desajeitadamente. A minha mãe só me dizia que eu não estava a esfolar nenhum animal, isto para que se consiga ter uma ideia do meu jeitinho, da delicadeza e graciosidade com que eu pegava na coisa, mas sobretudo pelo trincar de língua e expressões de raiva perante uma agulha e lã. De repente lembrei-me que já tinha feito tricot em miúda, naquele tempo em que todas as nossas mães nos tricotavam em casa uma camisola e que nós orgulhosamente desfilávamos pelo recreio.

Foi então que pequei nas duas agulhas e nunca mais parei. Começou em Janeiro.

Voltando à revista, vi umas imagens de uns animais da quinta todos tricotados, lindos e eu decidi que teria de conseguir fazer pelo menos uma daquelas figuras. Senti dois pares de olhos a olharem-me de lado, que me queriam dizer:

- Achas que vais conseguir fazer alguma dessas coisas?

- Sei lá... Mas vou pedir à Maria que está em Londres para me comprar a revista e logo vejo.

- Mas é em inglês.

- Com paciência chego lá, vais ver!

Chegou a revista, mas infelizmente foi impossível arranjar as que tinham os animais da quinta, porém vinha lá uma galinha muito engraçada, esta:

Na altura estava a tricotar um cachecol em ponto inglês e decidi não deixar o trabalho a meio. Decidi finalmente no fim de semana passado pegar na galinhola (porque o verão decidiu armar-se em inverno) um pouco a medo, mas aos poucos fui conseguindo dar forma à coisa. Ontem estive a encher as peças e tenho de confessar que estou muito orgulhosa de ter conseguido fazer este projecto. Ficam aqui algumas imagens da galinha que ainda não está terminada.




Agora olhando para este panorama tremo ao pensar como é que vou conseguir montar estas peças todas. Estou entretanto a tricotar a saia e falta ainda o avental. Os pintainhos ainda vou pensar se os vou fazer. No final decido.

quinta-feira, 21 de junho de 2007

O primeiro manifesto

(Segunda-feira
trabalhei de olhos fechados
na terça-feira
acordei impaciente
na quarta-feira
vi os meus braços revoltados
na quinta-feira
lutei com a minha gente
na sexta-feira
soube que ia continuar
no sábado
fui à feira do lugar
mais uma corrida, mais uma viagem
fim-de-semana é para ganhar coragem)

Muito boa noite, senhoras e senhores
muito boa noite, meninos e meninas
muito boa noite, Manuéis e Joaquinas
enfim, boa noite, gente de todas as cores
e feitios e medidas
e perdoem-me as pessoas
que ficaram esquecidas
Boa Noite, amigos, companheiros, camaradas
A vida é feita de pequenos nadas

(...)

Ouvi dizer que quase tudo vale pouco
quem o diz não vale mesmo nada
porque não julguem que a gente
vai ficar aqui especada
à espera que a solução
seja servida em boião
com um rótulo: Veneno!
é para tomar desde pequeno
às colheradas
A vida é feita de pequenos nadas

Boa Noite, amigos, companheiros, camaradas
A vida é feita de pequenos nadas.

Sérgio Godinho